O Graf Zeppelin (do alemão Conde Zeppelin, em homenagem ao Conde Ferdinand Graf von Zeppelin), foi o primeiro balão dirigível a sobrevoar o Brasil. Fabricado na Alemanha, realizou rotas de viagem em diversos países, incluindo o Brasil. Em Blumenau, sua primeira passagem ocorreu em 1934 e causou grande entusiasmo à população.

Dirigível Graf Zeppelin sobrevoando Blumenau. Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Isolde Hering (da terceira geração da família Hering no Brasil), foi expectadora dessa primeira passagem do Zeppelin por Blumenau. Não apenas isso, ela realizou uma viagem nesse dirigível em 1935, com seus pais: Curt e Hedy Hering. Na época Isolde tinha apenas 17 anos.
A viagem de Isolde teve duração de 13 dias (entre 14 e 27 de maio de 1935). O ponto de partida do Zeppelin foi a pista de pouso em Santa Cruz (na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro), com o destino na cidade de Friedrichshafen, (estado de Baden-Württemberg, Alemanha).
Em 2004 Isolde compartilhou suas memórias na revista Blumenau em Cadernos:
“No ano de 1934 admiramos com muita emoção o dirigível Graf Zeppelin no céu blumenauense, em uma de suas viagens entre Brasil-Alemanha. Depois disso, tanto meus pais quanto eu decidimos que nossa próxima viagem para a Alemanha seria de Zeppelin.
O desejo de flutuar uma vez entre o céu e a terra não mais nos deixou, tanto que meu pai se apressou em entrar em contato com a agência competente a fim de reservar três passagens, o que conseguiu. Nosso vôo foi reservado para maio do próximo ano.” p. 9Em seu relato, ela destacou a passagem pela linha do equador:
“Em 11 de maio, às sete horas da manhã, atravessamos a linha do equador. […] Ao meio-dia houve uma pequena cerimônia de batismo. Quem ainda não havia ultrapassado o equador precisou subir em uma escada, sendo pulverizado com uma bomba Flitt, que, obviamente, continha Água de colônia. Assim, estávamos purificados da sujeira dos terrestres. Um curto discurso e recebemos a certidão de batismo.” p. 19.
Conforme relato escrito por Isolde, não era permitido embarcar no Zeppelin com máquinas fotográficas. Por esse motivo, a única foto da viagem preservada em nosso acervo mostra os passageiros da viagem em terra firme, posando em frente ao dirigível:

Na foto Curt, Hedy e Isolde Hering, antes do embarque
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Referencias:
DANDREA, Isolde Hering. Minha viagem de Zeppelin. In: Blumenau em cadernos. Tomo XLV – N.11/12 – 2004. pp. 9-31
WANDERLEY, Andrea C. T. A primeira passagem do Graf Zeppelin pelo Rio de Janeiro, em 1930, e registros de outras viagens. Disponível em:
http://brasilianafotografica.bn.br/?p=12075#:~:text=O%20Graf%20Zeppelin%20tinha%2010,oceano%20Atl%C3%A2ntico%20no%20hemisf%C3%A9rio%20sul.