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A FHH chegou no Moda Documenta 2017 pra discutir sobre moda, preservação e memórias.

Publicado em 31 Mai, 2017

O Seminário Moda Documenta vem durante anos fomentando as discussões conceituais e técnicas que envolvem a memoria da moda no Brasil e no mundo, e em sua sétima edição se guia pelos pensamentos sobre “Quais são os modos de se fazer ser”. 

É importante diferenciar que a indumentária é o termo que representa o vestuário enquanto necessidade e também como ferramenta para distinção social, comum às tribos étnicas, à nobreza, realeza – status; já a moda personifica a repetição de estilos e técnicas ao longo dos tempos, que vêm desde o século 14 se transformando e representando a comunicação de ideias, ora íconograficas e simbólicas, ora políticas e populares ou mesmo de contra-cultura.  A moda do passado e a moda que vestimos hoje nos constrói enquanto identidade. Independente do tempo em questão, hoje quem somos, nosso mundo globalizado se reflete em nossas roupas, e considera os processos de produção. O que você usa?

O primeiro dia do seminário contou com uma tarde de cursos como "Moda, Museu e Identidade: do local para o global" que trouxe a perspectiva da ministrante Maria Claudia Bonadio e sua experiência com museus da Europa e do Brasil. Bonadio questiona o motivo das referências de moda mundial estar em cidades como Paris e Londres: trata-se de seleções e de referências de marcas/estilistas/peças ícones que representam uma visão iconográfica da moda, mesmo aquelas com referencias de países orientais, por exemplo. Estas seleções inevitavelmente tornam-se referências usadas em livros e passam a ser expostas em museus. “Por que não vemos em museus as roupas reais do povo?”

O palestrante português Gonçalo Vasconscelos de Souza, percorre o mundo estudando sobre a evolução das vestes com sua fala em sua fala "Vestir a infância: Indumentária histórica das crianças nos séculos XVII ao XIX", e nos leva a compreender como as roupas das crianças de hoje respeitam a infância e a liberdade para viver o momento. Nos séculos passados, frequentemente vemos pinturas com crianças usando roupas iguais as dos adultos, onde espartilhos e vestes que jamais se relacionam com o corpo infantil. O tecido, as joias e as pratarias tinham valores similares e eram deixados em testamentos. A fabricação industrial de tecidos rebaixou o custo do processo e do tempo e permitiu o acesso popular a esses artigos.

O primeiro dos três dias do evento ganhou forma nos aproximou de uma visão histórica acerca da moda e da construção das referências. Paralelo às palestras ocorre uma feirinha que aponta novos rumos da moda: produção manual, reuso de roupas de brechós e moda produzida com afeto.


Museu Hering
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